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Foto / Fonte: Divulgação site do TSE.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A carreata da insensatez

José Normando Bezerra
Geógrafo e Professor
Natal-RN


“Quanta insensatez, quanta estupidez, o que eu fiz pra mim...” Esse verso da música “O Tolo” do rei Roberto Carlos, acredito que vai ser cantado por algumas pessoas daqui a alguns anos quando recuperarem a lucidez e lembrarem que participaram de uma carreata com uma marreta na mão, enaltecendo a derrubada do Estádio Machadão. Lendo uma matéria desse jornal, não acreditei que o deputado federal Fábio Faria tenha proposto uma idéia tão infeliz e que sua assessoria não o tenha alertado para um ato tão ridículo, idiota, vergonhoso e violento, correndo o risco de ser chamado “O demolidor”. Sugiro ao mesmo que aproveite o seu prestígio em Brasília e não deixe essas 150 crianças da creche que foi derrubada, dois meses sem aulas, sem merenda que muitas vezes é a única refeição do dia. Sem contar com a dificuldade das mães que precisam trabalhar e não tem onde deixar seus filhos.

Essa carreata me faz lembrar uma passeata de músicos e intelectuais fizeram no Rio de Janeiro em 1967, contra o uso de guitarra elétrica na música brasileira, ainda hoje o cantor Gilberto Gil lamenta ter participado daquele evento, quando tinha sido alertado pelo amigo Caetano Veloso para não participar. É tanto que meses depois Gilberto Gil cantava acompanhado pelas guitarras dos Mutantes criando ali o famoso movimento musical chamado Tropicalismo.

Aos organizadores da carreata da Marreta proponho que contratem carros de som e coloquem em frente ao Machadão tocando a canção do saudoso Adoniram Barbosa “Saudosa Maloca” que diz assim:”E fomos todos pro meio da rua apreciar a demolição, cada bloco que caía doía no coração...”

Gostaria de dizer que não sou contra a copa do Mundo em Natal, até por que o futebol é o único esporte que me faz sair de casa e para quem não me conhece, lembro que sou líder da torcida organizada do Alecrim FC, a FERA (Fiéis Esmeraldinos Radicais), há mais de três décadas. Só acho que o Machadão não precisava ser demolido e sendo Geógrafo preocupa-me o impacto ambiental que acontecerá naquela área, sem esquecer o caos que ficará o trânsito durante 28 meses. Por que não se pega esse dinheiro e constrói um estádio na zona Norte, pertinho do famoso aeroporto de São Gonçalo do Amarante, estranho que o deputado Luís Almir não tenha lembrado disso.

Finalizando digo que existem outras alternativas para que o nosso maior patrimônio esportivo, que um dia foi chamado de “Poema de Concreto Armado”não seja derrubado, por isso canto a música “O Progresso” do rei Roberto Carlos:”Não sou contra o progresso mas apelo pro bom senso, um erro não conserta o outro, isso é o que eu penso...”

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